HIIT e saúde cardíaca, existe risco neste tipo de treino?
- mundodosatletas
- 3 de jun. de 2015
- 3 min de leitura

Muitas pessoas questionam constantemente sobre a questão do HIIT e seus possíveis efeitos sobre a saúde cardíaca. Veja o que diz a ciência! Todos devem fazer HIIT, é o que pensam grande parte das pessoas! Porém, como nem tudo é tão fácil como parece e muitas vezes, precisamos de algo mais aprofundado. Durante muito tempo, cardiologistas emédicos em geral, condenaram os exercícios feitos em alta intensidade, para pessoas com cardiopatias. Mas isso não quer dizer que tais exercícios sejam de fato vilões para a saúde cardíaca. Esta orientação se encontrava em um limiar de segurança e não pode ser levada ao pé da letra para tudo! No contexto do HIIT, precisamos verificar uma série de fatores, que vão corroborar com uma abordagem mais complexa e que precisa ser feita por um bom profissional! Neste sentido, vamos ver o que a ciência fala sobre o HIIT e a saúde cardíaca! HIIT e saúde cardíaca, estudos científicos! Com a tamanha popularização do HIIT, tivemos de maneira paralela uma grande produção científica em torno desta temática. E um dos principais objetos de estudo sempre foi a questão da saúde, relacionada ao HIIT. Neste contexto, a saúde cardíaca sempre foi a principal preocupação. Em um estudo de Kemmler (2015), foram comparadas 16 semanas de treino com protocolos de HIIT (80% a 100%), contra o continuo moderado (65% a 77%). Participaram deste estudo 81 homens destreinados, com o intuito de avaliar os possíveis efeitos de riscos cardiometabolicos neste tipo de pratica. Foram avaliados fatores como VO2 Máximo, efetividade nas contrações do músculo cardíaco, recuperação pós-exercício, eficiência no bombeamento de sangue, além da influência sobre a composição corporal. Em todos os casos, o HIIT foi mais eficiente do que o método de treinamento contínuo. Com isso, parafraseando o que os autores expõe neste trabalho “Em resumo treinamento intervalado de alta intensidade tende a impactar a saúde cardiometabólica mais favorável em comparação com um protocolo de exercícios de resistência contínua de intensidade moderada. Se formos parar para pensar de maneira mais crítica, veremos que isso tudo se aplica de fato na realidade. Uma das principais críticas de pessoas leigas sobre este método de treinamento, seriam as suas paradas abruptas, que não dariam o tempo suficiente para o corpo se recuperar e com isso, estariam “forçando” demais o músculo cardíaco. Mas se isso fosse de fato verdade, cada vez que você sobe uma escada, precisaria ficar andando em ritmo lento por alguns minutos, até sua frequência cardíaca voltar ao normal. Se você simplesmente subir a escada e sentar, seu coração iria parar, segundo esta abordagem! Nosso corpo se adapta de maneira fantástica, quando os estímulos estão dentro das possibilidades do mesmo. Além disso, em diversos estudos, citados por Costa (2015), mostram quem o treinamento intervalado de alta intensidade não é eficiente apenas para o emagrecimento, mas sim para a melhora do Vo2 máximo, bem como para a melhora de fatores cardiometabólicos gerais. Se o HIIT fosse tão “agressivo” a ponto de causar maiores danos, ele não traria tantas melhoras, não é mesmo? Se formos voltar ás origens do HIIT, vamos ver que este é um método advindo do treinamento desportivo, mais especificamente do atletismo. Mesmo corredores de maratona, que precisam de uma melhora substancial de seu metabolismo aeróbico, realizam os conhecidos treinos de tiros de velocidade, com o intuito de aumentar sua velocidade, mas com grande impacto sobre o Vo2 máximo. Então qualquer pessoa pode fazer o treino HIIT? Como disse, não estamos lidando com ingredientes de uma receita de bolo, que sempre respondem da mesma maneira! Sempre procure consultar um médico antes de iniciar atividades como o HIIT, ou mesmo o aeróbico contínuo, para saber se está tudo certo com seu funcionamento fisiológico. Pessoas cardiopatas, precisam de um acompanhamento individualizado, para que não haja maiores problemas com sua segurança! O que quero deixar claro com este artigo, é que o HIIT, quando bem aplicado, não traz riscos cardiometabólicos em longo prazo. Mas é lógico que cada caso precisa ser avaliado de uma maneira individualizada. Bons treinos!
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